Esportes

Beisebol

Não é precisa a chegada do beisebol ao Japão. Horace Wilson, professor em Tóquio, diz aos seus estudantes que supõe que os conhecimentos sobre beisebol foram introduzidos no Japão durante a Era de Meiji (1867-1912). Este era o começo da assimilação do jogo ocidental que o japonês nomeou de Yakkyu, que significava “bola de campo”.

Desde então, o jogo se desenvolveu como um passatempo popular para o povo japonês. Durante a restauração de Meiji, como no Japão se iniciou um processo de modernização, eles adotaram muitas idéias ocidentais. Jogo esportivos ocidentais começaram a ser introduzidos nesse momento, particularmente o beisebol. De acordo com Robert Whiting, o japonês o comparou como uma batalha entre o lançador e o batedor e, em relação à atmosfera psicológica, semelhante ao sumô nativo e às artes marciais. Esse esporte envolve uma harmonia especial de força mental e física. Por causa disso, o Ministério da Educação acreditou que o beisebol seria saudável para o caráter nacional e incentivou a sua prática. Por volta da década de 20, o jogo floresceu em escolas e faculdades. Embora o beisebol estivesse se tornando popular para muitos, outros permaneciam relutantes em adotar o esporte ocidental. Segundo Whiting, o influente diário conservador Asahi Shinbun publicou uma série de editoriais intitulada “O Mal do Beisebol”, citando vários pedagogos importantes que se opuseram ao jogo.

Um médico reivindicou que era ruim para o desenvolvimento da personalidade por causa de “pressão mental” e que a prática constante do beisebol causaria o desenvolvimento do corpo inclinado para um lado.

Matsutara Shoriki, dono de outro jornal popular, argumentou em favor do beisebol. Este parecia ser mais influente. Shoriki, depois conhecido como “a grande figura do pai-gênio de beisebol japonês”, também ajudou a propagar tal prática esportiva ao apoiar um jogo e ao patrocinar uma excursão, na qual convidou jogadores das principais ligas americanas para jogar, no Japão, contra todas as estrelas das faculdade japonesas. Entre os jogadores americanos estavam Babe Ruth, Lou Gehrig, Jimmy Fox e outras estrelas americanas. Não surpreendentemente, os americanos ganharam todos os dezessete jogos disputados. Shoriki, pasmo pelo interesse dos fãs japoneses, organizou o primeiro time profissional do Japão, o grande Clube Tóquio de Beisebol, em dezembro de 1934. Antes de 1936, seis outros times tinham seguido os Gigantes de Yomiuri e a primeira liga profissional do país, a Liga Japão Pro-Beisebol (JPBL), foi formada.

Quando o beisebol no Japão já estava se tornando mais organizado e popular, começou a guerra, causando a diminuição do interesse devido a assuntos mais importantes. Eventualmente, os jogos estavam completamente suspensos porque, praticamente, todos os homens se alistaram no exército. Consequentemente, os estádios se tornaram depósitos de munições ou campos para cultivar cevada. Conforme Whiting, como o Japão começou a se reconstruir de uma derrota devastadora na SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, um comando de funcionários de altos aliados reconheceu o potencial do beisebol no auxílio ao resgate do bom astral do país. Em 1950, a reconstrução de times era através de grandes corporações.

O JPBL também se dividiu em duas ligas: o Central e o Pacífico com seis times cada. Antes de 1955, o jogo profissional estava crescendo consideravelmente com a ajuda da televisão. Os Gigantes de Yomiuri, ou Tóquio Giants, se tornaram o time mais popular do Japão com nove campeonatos sucessivos de 1965 a 1973. O Sadahara do Gigante Oh teve 868 ‘home runs’ em vinte e dois anos de carreira (1958-1980), excedendo Babe Ruth e Hank Aaron – ambos dos EUA. Hoje, o beisebol é um dos eventos esportivos mais assistidos no país. Isso mostra que a popularidade do beisebol japonês cresceu e continuou crescendo enormemente. De acordo com Whiting, um escritor japonês resumiu o seu amor pelo jogo do país dizendo: “Beisebol está perfeito para nós; se os americanos não o tivessem inventado, nós o teríamos”.

Sumô

Sumô é o esporte profissional mais popular do Japão sendo considerado por muitos como o esporte nacional japonês. Sua atração não é somente a excitação imediata dos torneios mas também o rico legado de ritual e tradição acumulado em sua história de 2.000 anos.

É caracterizado por dois lutadores grandes (sumotori), usando cabelo lubrificado em topetes e uma faixa larga de seda de 80cm (mawashi), que se posicionam no anel (área da luta). Os próximos minutos antes da luta são gastos em uma prepação psicológica para o bom desempenho. Eles lançam salgue no ar (uma sobra de rituais de purificação do Xintoísmo), agacham-se e encaram um ao outro. Então, de repente, saltam para a luta.

Usando uma das 70 técnicas oficiais, um lutador finalmente força o outro para fora do anel ou o faz tocar o anel com uma parte do corpo que não sejam as solas dos pés. Então, é declarado vencedor pelo árbitro (gyoji). Uma câmara do tribunal sentada ao lado do anel “ringside” às vezes pode conferenciar em um caso incerto. Uma competição de Sumô normalmente termina em segundos e o próximo par de lutadores vem ao anel. Na maioria das lutas, os lutadores tentam apoiar-se na faixa do oponente que lhes dá maior facilidade para lançar o adversário ao solo, carregá-lo ou elevá-lo. Chutar ou socar com punho fechado são os únicos movimentos proibidos conforme as regras.O anel do Sumô (dohyo) é uma plataforma elevada de barro acumulado borrifada com areia na qual um círculo de 4.55m de diâmetro foi delineado através de fardos de palha afundados. No meio do círculo estão duas tiras de linhas brancas que marcam as posições iniciais das quais os lutadores saltam para a luta.

Um lutador de Sumô é grande (altura comum 1.85m) e pesado (peso comum 148kg). Porém, peso e tamanho necessariamente não determinam um vencedor. Lutadores gastam horas diárias praticando técnicas de forma que até mesmo lutadores pequenos têm uma chance de vitória.

A vida de um lutador de Sumô é difícil e exigente. A maioria é recrutada e por volta dos 15 anos de idade ingressam em um alojamento onde eles vivem e treinam com outros lutadores.

Depois que um lutador se casa, ele pode morar no próprio domicílio. O alojamento tem dormitórios para os lutadores, jantares, instalações de banho, e um anel de prática para o qual os lutadores descem todas as manhãs para o keiko (prática). Os lutadores juniores chegam às 4 ou 5 da manhã para preparar o anel; a maioria dos lutadores seniores está no anel antes das 8 da manhã. Eles se organizam em turnos tanto para praticar quanto para repetir três exercícios tradicionais: shiko, teppo, e matawari, que seriam respectivamente, coordenação, cronometragem e flexibilidade.

Às 11 da manhã, os lutadores seniores se dirigem para os banhos, então têm desjejum – um guisado de alta-caloria chamado chanko-nabe. As refeições são gratuitas e a maior parte dos lutadores prefere jantar fora. Os 750 é uma outra denominação dada aos lutadores classificados em Sumô profissional de acordo com os registros de ganhar-perder em torneios.
Os graus são escritos em uma lista chamada banzuke. A divisão de topo é chamada makuuchi (“dentro da cortina”) e nessa divisão está o Yokozuna, o campeão principal. Todo aspecto de Sumô profissional é governado pela Associação de Sumô do Japão, composto de sumotoris aposentados.

Judô

O Judô é uma das artes marciais do Japão com um forte partidário internacional e é um esporte olímpico oficial desde 1964. Judô, literalmente denominado “modo da suavidade”, foi desenvolvido de uma forma inicial da arte marcial desarmada chamado jiu-jítsu (literalmente, a “técnica da suavidade”), instruído pelo continente asiático.

Os judocas praticam tais técnicas golpeando, lutando, e atacando pontos vitais para autodefesa e para competição. Além disso, a prática do judô também significa desenvolver poderes mentais acentuados e estruturar uma atitude moral correta. A história do judô começa com a prática de técnicas de combate desarmado por guerreiros que lutaram no campo de batalha durante o período da guerra civil do Japão (15º-16º séculos).

Quando a paz reinava sobre o Japão durante o período de Edo (1600-1868), essas técnicas eram incorporadas em uma arte popular de autodefesa e treinamento mental e físico chamado jiu-jítsu que gerou 179 escolas.

O jiu-jítsu decaiu pelo período de Meiji (1868-1912) junto com a ‘onda’ de ocidentalização e modernização, mas foi reavivado sob os esforços das artes marciais do especialista Kano Jigoro (1860-1938). Kano modernizou as técnicas de uma escola e organizou um sistema de treinamento e competição que permanceu até os dias atuais. Em 1952, a Federação Internacional de Judô foi estabelecida, na qual, em 1998, teve 177 países membros. Judô é ensinado em nível de escola primária no Japão. Técnicas (waza) são divididas em três categorias: golpear (nagewaza), lutar (katamewaza), e atacar pontos vitais (atemiwaza). Os dois primeiros são usados em competição, mas o atemiwaza só é usado em prática. Agilidade é essencial e os movimentos do judô são soltos e naturais.

Na competição de judô do dia-moderno, uma partida começa depois que os competidores se curvarem um ao outro e o juiz principal der um comando. Um ponto cheio, chamado ippon, é premiado por um golpe próspero, segurando, estrangulando, ou com a técnica de junta-fechadura.

A partida termina assim que um dos concorrentes recebe ippon. Se passar do tempo, os juízes podem conceder a vitória baseada em pontos parciais ou podem convocar um puxe. Kano Jigoro também inventou um sistema de graus (dan) e classes (kyu) reconhecido internacionalmente para judocas.

Classificação dos Judocas: de 1 a 5 podem usar faixa preta; de 6 a 8, faixa vermelha e branca; e de 9 a 10, vermelha. Só podem ser usadas faixas coloridas depois de se qualificarem por séries de classes.

Karatê

Esse método de autodefesa desarmada não é considerado uma arte marcial japonesa tradicional, mas é livremente assim chamado fora do Japão. Como a palavra karatê (mão vazia) sugere, é uma arte de combate que não usa qualquer arma. Confia em golpes de braço (uchi), empurrões (tsuki) e pontapés (keri), mas um movimento de Karatê deve parar antes que uma parte crítica do oponente seja atingida. Os competidores são julgados de acordo com o que eles realizam em um determinado tempo, energia e poder mental dentro de uma postura correta. Algumas ações são consideradas sujas pelo fato de violarem o espírito do esporte. Historicamente, o que é conhecido no Japão como Karatê foi desenvolvido do boxe chinês chamado Quanfa (regras do punho), conhecido como Kung fu no Oeste. Espalhou-se amplamente na China como um método de autodefesa chamado Kempo de Shorinji até que foi suprimido na Dinastia de Qing (1644-1911).

O desenvolvimento mais subseqüente aconteceu em Okinawa que interagiu comercial e culturalmente com a China. Desde essa época, técnicas chinesas se fundiram com as técnicas indígenas de Okinawa e se desenvolveram rapidamente quando foram proibidas armas em Okinawa.

Gateball

É um esporte de taco e bola, criado em 1947, pelo japonês Eiji Suzuki, derivado do jogo inglês croquet. Atualmente é praticado em mais de 45 países e estima-se que haja mais de 10 milhões de adeptos. A maioria dos praticantes está concentrada na Ásia Oriental.

No Brasil, o esporte foi introduzido por Matsumi Kuroki, em 1979. Inicialmente praticado em São Paulo, começou a se a expandir em outros estados no início da década de 1980. Em 1982 foi fundada a Associação Brasileira de Gateball, atual União dos Clubes de Gateball do Brasil (UCGB).

O gateball é um esporte simples. É jogado em uma quadra retangular de 20 a 25m de comprimento e 15 a 20 metros de largura. Cada quadra tem três gates (mini-traves ou arcos) e um goal pole (pino central). É jogado por dois times, vermelho e branco, de cinco jogadores. Os jogadores tem bolas numeradas correspondentes com suas ordem de jogo. A bolas vermelhas são ímpares e as brancas, pares. Os times marcam um ponto por bola rebatida com o taco (stick) que atravesse um gate e dois pontos por atingir o goal pole. Um jogo de gateball tem duração de 30 minutos.

Em função do pouco desgaste físico, uma das características desse esporte é o grande número de praticantes da terceira idade. O esporte também se caracteriza pela exigência de estratégia com trabalho em equipe, além da habilidade física.

Na Bahia, o esporte é praticado basicamente nas comunidades nipônicas da Capital e do Interior. Anualmente são realizados torneios estaduais com participação das equipes representando os principais núcleos da imigração japonesa da Bahia. Em Salvador, o esporte é praticado com o apoio da Anisa.  Os interessados poderão obter maiores informações sobre a prática do gateball através do email contato@anisa.com.br.

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